Você está concluindo o Ensino Médio e já sonhando em entrar na faculdade pelo ENEM? Então já deve ter reparado que alguns de seus colegas parecem estudar muito, outros parecem não estudar nada, mas mesmo assim acham que de um jeito ou de outro vão ser aprovados e conseguir a bolsa pelo SISU.
Uns dizem que é preciso fazer cursinho, outros parecem aprender só de ouvir as aulas na escola, mas a verdade é só uma: é muita pressão de todos os lados e muita coisa pra estudar!
Eu sei e você sabe que tirar notas altas é bem difícil. Nessa época perto do ENEM nossos pais ficam cobrando, os professores ficam em cima, fazendo revisão o tempo todo, e toda família parece que só quer saber se estamos estudando.
Se sua família for parecida com a minha, deve ter uns tios chatos que ficam dizendo coisas como “vê se faz Direito ou Engenharia, hein!” ou “estuda pra passar em Medicina, viu!?”. Ninguém merece!
Meu pai, então, ficava dizendo que se eu não conseguisse entrar na faculdade pelo ENEM, ele não ia ter como pagar uma universidade particular. Infelizmente eu sabia que era verdade.
Então eu entendo o que você está passando, sabe? Só que, quando eu estava nessa época da minha vida, eu só queria que alguém tivesse me dado UM conselho: foco na redação!
A importância da pontuação na Redação do ENEM
Hoje eu sei. É algo óbvio pra mim. Ainda mais depois que virei professor e fiz isso aqui. Mas na época eu não dava a menor bola para a redação – só fazia de vez em quando a pedido da professora de português (se valesse nota, claro), caso contrário, preferia estudar matérias “importantes” como Matemática ou Química.
Quer ver como eu estava enganado? Você tem ideia de como é calculada a nota do ENEM? Acompanhe o raciocínio:
- Cada uma das 4 provas objetivas vale 1000 pontos: Linguagens e Códigos, Matemática, Ciências Humanas e Ciências da Natureza;
- É tirada uma média da nota dessas 4 provas;
- A redação vale mais 1000 pontos;
- Soma-se a nota da redação com a média das provas objetivas para calcular sua pontuação geral do ENEM.
Você tem noção do que isso significa? Simplesmente que a redação representa METADE da sua nota do ENEM. Ainda parece pouco? Imagine tirar 1000 nas 4 provas objetivas (o que é impossível devido ao método TRI), mas tirar zero na redação:
OBS.: Atualmente a nota não é mais calculada assim. Agora é feita a média aritmética entre as 5 provas. Ainda assim, sua redação representa 20% da sua nota no ENEM.
1000 + 0 dividido por 2 = 500. Você acha que conseguiria ser aceito em alguma faculdade com essa nota? NUNCA!
Ou seja, você gabaritou tudo, mas foi mal na redação – sua média final despencou. Foi isso que aconteceu com o “gênio” cearense que acertou 172 questões (das 180) do ENEM 2014 e mesmo assim não conseguiu vaga no curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Ceará.
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É por isso que desenvolver suas habilidades de escrita para a prova do ENEM é a melhor maneira de chegar mais perto da sua vaga na faculdade pelo SISU.
Para escrever redações cada vez melhores, os professores de todos os cursinhos recomendam o seguinte:
- Estudar a parte teórica através de um material focado e completo;
- Escrever redações com frequência, pelo menos 1 por semana;
- Ter um professor especialista que possa apontar seus erros e mostrar como corrigi-los.
O que eu vou contar agora é a história de dois alunos meus que, assim como você, estavam batalhando para conseguir uma vaga na faculdade pelo ENEM. Preste atenção e veja com qual deles você se identifica.
Leonardo e Miguel – O Mito do CDF
Leonardo e Miguel eram colegas de turma no terceiro ano do Ensino Médio de uma escola da rede pública. Ambos com 17 anos, vindos de famílias de classe média, sem grandes luxos, mas sem passar grandes necessidades. Ambos faziam planos de entrar na faculdade através de uma boa nota no ENEM.
Leonardo queria o curso de Medicina, enquanto Miguel sonhava com Engenharia Química.
Leonardo era o típico aluno modelo: ia muito bem em todas as provas e estava sempre estudando. Em casa, todos os dias fazia exercícios complementares das matérias que tinha mais dificuldade e ficava muito frustrado quando não gabaritava alguma avaliação.
Os professores, é claro, o adoravam, esperando dele os melhores resultados e um futuro promissor – muitas vezes o chamavam de “gênio”, “intelectual” e adjetivos do tipo.
Sua família não era de muitas posses, mas o pai dele, trabalhando um turno extra, conseguiu pagar um cursinho mediano, que Leonardo passou a frequentar no turno contrário das aulas na escola.
Em poucas palavras, Leonardo estava vivendo só para estudar.
Miguel, por outro lado, nunca foi um aluno nota 10. Ele prestava atenção nas aulas, principalmente na hora da explicação, mas depois ficava disperso e nem sempre fazia os exercícios que os professores recomendavam.
Ele gostava muito de jogos de computador, principalmente os de tiro, como Call of Duty, além das séries de TV como The Walking Dead, Game of Thrones, e documentários do History Channel. Quando estava em casa, quase sempre estava fazendo uma dessas três coisas.
Suas notas não eram baixas, no entanto. Dificilmente ficava abaixo da média da escola, que era 6. Se isso acontecesse, se dedicava um pouco mais no próximo trimestre para recuperar. Como era bem esperto e bom de papo, fazia amizade com os professores e pedia explicações sempre que não entendia algo importante para a prova.
Ele foi indicado por Leonardo no cursinho e ganharia 30% de desconto na matrícula, mas decidiu não fazer, achando que as aulas da escola seriam suficientes – e ele definitivamente não queria passar o dia inteiro estudando.
A única matéria em que Miguel ia melhor que Leonardo era, adivinhe? Redação.
Leonardo nunca deu muita atenção a isso. Preferia estudar matérias como Biologia, Química e Matemática, pois pensava que notas altas nessas áreas garantiriam sua vaga no curso de Medicina de alguma Universidade Federal.
Miguel continuava com suas notas medianas nessas matérias, mas um dia viu num vídeo do Youtube um professor comentando sobre a importância da redação para a nota do ENEM e entendeu como era calculada, representando 50% do “bolo”.
No dia seguinte ele veio falar comigo, perguntando se eu tinha alguma dica para ele estudar redação e desenvolver-se mais rápido nessa matéria. Eu, então, indiquei o melhor curso que conhecia, um que passasse a parte teórica, mas também desse a oportunidade do aluno enviar suas redações para correção de professores especialistas no assunto.
Miguel conversou com a mãe dele, que resolveu investir aquele pequeno valor na educação do filho.
Era agosto, eu lembro até hoje.
Miguel não deixou de jogar, não deixou de assistir TV e não passou a estudar mais – apenas manteve-se na média em todas as matérias. O que ele fez foi assistir a todas as aulas do curso de redação e passou a escrever 1 redação toda semana, enviando para correção e reescrevendo depois da devolução comentada.
Enquanto isso, Leonardo continuava gabaritando as provas de quase todas as matérias, fazendo incontáveis exercícios, indo para a escola de manhã e ao cursinho à tarde (sem contar as aulas-extra de revisão que às vezes se estendiam até 9 da noite).
Chegou o dia do ENEM. Era final de outubro.
No domingo, o último dia de provas, acompanhei meus alunos até o local e fiquei ali aguardando sua saída, para dar aquele apoio moral.
Miguel sempre descontraído e relaxado, olhando mais para as meninas do que qualquer outra coisa; Leonardo um pouco tenso, concentrado e nervoso, pois achava que não tinha ido tão bem no dia anterior.
Na saída da prova, encontrei os dois exaustos. Leonardo disse que tinha achado fácil a prova de Matemática, mas teve dificuldades para desenvolver o tema da redação. Miguel, ao contrário, achou a prova objetiva difícil e teve que chutar algumas questões no final, por falta de tempo, mas usou o conhecimento que tinha adquirido com o curso de redação para escrever um bom texto e achava que tinha se saído bem nisso.
No dia seguinte, ambos voltaram para suas rotinas: Miguel “empurrando com a barriga” e Leonardo firme nos estudos para o vestibular da UFRGS, que seria em janeiro.
Final de ano, formatura, muitas despedidas emocionadas, mas também muita festa, que Miguel aproveitou ao máximo, chegando em casa 6 e meia da manhã, enquanto Leonardo estava dormindo há mais de cinco horas, para não ficar cansado nas aulas do cursinho.
Chegou janeiro e a tão esperada divulgação do resultado do ENEM.
Lembro de ter falado com Leonardo pelo Facebook – como sempre ele estava ansioso e um pouco nervoso. Enquanto isso, Miguel estava na praia e nem lembrava da data de divulgação das notas.
Vou direto ao ponto e mostrar as notas (aproximadas) de cada um:
A vaga foi para Miguel. E a sua, vai para quem?
Como você pode imaginar, com essa nota Leonardo não conseguiu vaga em nenhuma universidade, enquanto Miguel foi chamado já na primeira chamada do ProUni para uma bolsa de 100% numa faculdade privada para o curso de Engenharia Química.
Veja que Miguel, apesar de ser um aluno mediano, entendeu como funcionava o sistema e tirou proveito desse mecanismo de pontuação. Leonardo, sem entender como as coisas funcionavam, se esforçou muito mais para não conseguir alcançar seu objetivo.
Contei essa história longa para você perceber a importância da redação para a formação da nota do ENEM e para que você pare para pensar e tome uma atitude HOJE. Que caminho você quer tomar? O de Miguel ou de Leonardo?
Se eu fosse você, escolheria mudar o jeito que olho para meus estudos, aproveitar o sistema e sair na frente dos meus concorrentes. Se eu fosse você, escolheria conquistar uma bolsa de estudos pela nota do ENEM e economizar quase 80 mil reais para um dia, na hora certa, investir no meu futuro.
Mas eu não sou você. Tenha coragem de lançar os dados. Talvez essa seja a hora certa para fazer isso.
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