Para responder isso, precisamos analisar como é feita a correção.
Na primeira fase, dois avaliadores independentes recebem a sua redação para corrigir. Dizer que eles são “independentes” significa dizer que um não sabe da existência do outro, não têm nenhum tipo de contato e, portanto, corrigem a redação sem nenhuma influência.
A sua nota é uma média entre essas duas correções.
Mas existe um porém: caso as notas desses dois corretores sejam muito diferentes entre si, com uma diferença superior a 200 pontos, sua redação vai para uma terceira etapa.
De segunda a quinta, 19h07min, eu corrijo redações ao vivo no meu canal do Youtube!
Na terceira etapa, um avaliador de nível maior, que inclusive é mais bem remunerado pela correção, recebe o seu texto e corrige novamente sem saber as notas dadas anteriormente. Essa nota dele é definitiva, a não ser que também seja muito divergente das anteriores.
Nesse caso, sua redação passa para uma quarta avaliação, dessa vez por uma banca composta por 3 avaliadores juntos, sendo um deles coordenador. Essa banca chegará a um consenso e sua nota final será aplicada.
Por que contei tudo isso? Para mostrar que existem diversas camadas de segurança, digamos assim, para avaliar sua redação. Então a chance de haver erros é muito pequena.
No fim do dia, sua nota na redação realmente vai refletir a qualidade (ou a falta dela) do seu texto.
Na verdade não se usa o termo aprovação para o ENEM.
A sua nota final do ENEM é usada para concorrer a vagas em universidades federais pelo SISU, a bolsas de estudo em universidades privadas pelo PROUNI ou ao financiamento estudantil no FIES.
Isso significa que sua nota vai ser considerada boa ou ruim dependendo do curso e da universidade em que você quer entrar.
A nota mínima, também chamada de nota de corte, define se você vai conseguir ou não a vaga que você quer e ela muda para cada curso, em cada faculdade.
Ou seja, você precisa buscar a maior nota possível no ENEM. É isso que vai garantir a sua aprovação.
Os modelos prontos são muito mal interpretados, principalmente porque são divulgados do jeito errado.
As pessoas acham que podem simplesmente decorar um monte de palavras e jogar lá nas 30 linhas do ENEM, não importando que tema caia.
Isso é uma grande enganação.
Raciocina um pouco: sabe quando perguntam uma coisa para os políticos e eles respondem algo totalmente diferente? Todo mundo percebe a enrolação. Isso acontece igualzinho quando um corretor pela um modelo pronto desses.
Então quer dizer que os modelos prontos são inúteis? Claro que não.
Se:
1) a pessoa entendeu como escrever uma boa redação
2) entendeu a lógica de uma introdução bem contextualizada
3) de uma argumentação que utilize conhecimento de mundo de maneira produtiva para defender suas ideias
4) saiba estabelecer a coesão
5) dominou a proposta de intervenção
Então usar estruturas prontas para ganhar tempo e confiança no dia da redação pode ser uma boa estratégia.
Eu, sinceramente, confio muito mais no conhecimento de verdade de redação, ao invés de ficar recorrendo a essas “muletas”.
Mas se você quer usar modelos prontos, tenha isso tudo em mente: entender as regras da redação e ainda ter que decorar modelos pode ser ainda mais trabalhoso e cansativo.
Desde que você não tenha feito algo absurdo, como rabiscar a prova inteira ou blocos inteiros de linhas, fazendo desenhos ou escrevendo besteiras, rasurar a redação não leva a nota zero.
Os motivos mais comuns para zerar são:
1) fugir do tema
2) escrever 7 linhas ou menos
3) não escrever o tipo de texto solicitado (dissertativo-argumentativo)
4) assinar ou rubricar nas linhas destinadas à redação
5) escrever coisas que não tenham nada a ver com o tema proposto (mensagens políticas, religiosas, reflexões sobre a prova e recados para os avaliadores)
O número máximo é aquele limitado pela própria folha da redação, ou seja, 30 linhas.
Algumas pessoas não sabem que existe um número mínimo, que é de 8 linhas. Qualquer redação que tenha menos de 8 linhas sequer é corrigida e tira nota zero automaticamente.
A competência 2 avalia o uso do conhecimento de mundo na sua redação. Existem 3 níveis importantes que você precisa conhecer:
1) Conhecimento legitimado: é aquele tipo de conhecimento que tem como base uma fonte conhecida, como alguma área de estudo (história, filosofia, geografia etc.), algum livro ou autor famoso, alguma mídia conhecida (filmes, livros, grandes veículos de comunicação);
2) Conhecimento pertinente: quando além de legitimado, o conhecimento que você usa também tem relação direta com o tema da redação. Muita gente que decora citações “coringa” para usar em qualquer tema não consegue atingir esse nível, afinal a relação direta com o tema não vai existir, não vai ser pertinente;
3) Conhecimento produtivo: quando além de legitimado e pertinente, você usa esse conhecimento para embasar ou relacionar com as ideias que você desenvolve ao longo da redação. Ou seja, é o nível em que a pessoa está usando o conhecimento por algum motivo mais importante do que simplesmente “tenho que usar citações na redação”.
Não é necessário e eu não recomendo.
Não vai levar você à nota zero, mas também não vai acrescentar absolutamente nada de importante no seu texto.
Depende muito do tipo de frase e do objetivo dessa frase.
Quando falamos de estrutura micro, que é justamente a organização interna dos parágrafos em frases, existem frases que devem ser curtas e outras longas.
Por exemplo, a frase inicial de cada parágrafo recomenda-se que seja curta e direta, para resumir o ponto principal daquele parágrafo (se for um argumento). Mas alguma frase interna do parágrafo vai precisar desenvolver uma ideia de forma mais detalhada, com exemplos concretos ou comparações, então é normal que fique um pouco maior.
Falando em números, eu diria que uma frase longa deve ter no máximo 2 linhas e meia.
Algo muito maior do que isso faz seu risco de errar pontuação ou linhas de raciocínio ficar muito grande.
A informação pública dada pelo INEP de forma mais recente diz que sim!
Segundo eles, você pode cometer até 2 erros de ortografia e 1 erro de estrutura frasal e ainda assim tirar nota máxima na competência 1.
Mas repare que essa orientação pode mudar sem aviso prévio de ano para ano, então eu não recomendo trabalhar com essa informação de que “posso errar” na sua cabeça.
É um engano comum as pessoas acharem que precisam ser criativas para escrever uma redação.
Na verdade, o que precisa é conhecimento e técnica, mais nada!
Se você aprende como funcionam as regras da redação, como usar os textos motivadores do jeito certo e como aumentar seu conhecimento de mundo rápido, sua nota alta é garantida.
Criatividade talvez funcione como um plus, mas nada além disso. Redação é apenas uma habilidade que pode ser aprendida e dominada por qualquer pessoa.
Aprenda os segredos de cada competência na Redação do ENEM através de um treinamento completo feito por um ex-avaliador do INEP.